Para Refletir

Jesus, mensagens fofas e a bancada da bala

16 Dec 2014

A “Bancada da Bala”, na Câmara dos Deputados, quer aprovar um projeto que põe fim ao Estatuto do Desarmamento ainda neste final de ano, facilitando o porte por civis. O projeto de Lei é do deputado Peninha Mendonça (PMDB-SC). Ele faz coro com a indústria armamentista que está de goela seca de vontade de aumentar seus lucros, à custa de mais mortes e violência.

No mesmo dia em que li essa notícia, recebi várias mensagens cristãs no WhatsApp e tive acesso a outras tantas via Facebook. Todas desejando graças diversas, inclusive paz. Algumas tão açucaradas que podem causar diabetes nos mais frágeis.

Não faltaram aquelas em que o destaque é a imagem do Cristo com características europeias, toda enfeitadinha. Nenhuma. Nenhuma mesmo, trazia algo de ação concreta! Nada de atitude real diante de uma sociedade que está se comendo viva, sob a sombra da violência.

Nada que me trouxesse a ideia de prática dos ensinamentos daquele a quem essas pessoas se dizem seguidoras: Jesus Cristo. Afinal, sua pregação foi um chamado permanente de iniciativa em favor da sociedade, os “próximos”: “Amai-vos uns aos outros”, “Perdoai 70 vezes 7”, “Não sejais mornos”, e por aí vai.

Seu convite à ação política e social era tão forte que ele condicionava a essas práticas a conquista das bem-aventuranças ou, em linguagem de hoje, à felicidade. Para Jesus os que promovessem a paz, por exemplo, seriam verdadeiramente felizes e teriam o direito de ver o próprio Deus.

Se é assim, porque os cristão não se unem e agem no sentido de ampliar o desarmamento em vez de calarem diante do lobby da morte, patrocinado pela indústria armamentista?! Talvez não tenha entendido bem o recado.

Não, só orar pela paz não resolve, ele falava em promover. Tem verbo aí, portanto ação! Ele deixou bem claro que é preciso agir. No caso da Justiça, por exemplo, quem quiser ser feliz teria que busca-la tão intensamente como faria alguém com fome e sede. Diante dessa comparação, mandar recados melosos nas redes sociais é bem pouco, não?

Precisamos bem mais que belas palavras e ilustrações fofas para barrar a sede de lucro da morte. Hoje, 70% dos homicídios no Brasil, são praticados com arma de fogo. Antes que alguém confunda as coisas e resolva pedir a pena de morte para os homicidas, é bom lembrar que a ideia de Jesus era de justiça e paz, e não vingança. Tanto que colocou na lista a mansidão e prometeu aos seus praticantes a posse do próprio planeta terra.

Para os que não conseguem ver lógica nos princípios ensinados por Jesus, é até compreensível que continuem divulgando suas mensagens, piadas e curiosidades, no momento em que uma lei pacificadora está sob ameaça. O que inquieta realmente é ver a mesma atitude daqueles que se apresentam socialmente como seguidores do Cristo.

(Leilton Lima)

Jesus, mensagens fofas e a bancada da bala

16 Dec 2014

A “Bancada da Bala”, na Câmara dos Deputados, quer aprovar um projeto que põe fim ao Estatuto do Desarmamento ainda neste final de ano, facilitando o porte por civis. O projeto de Lei é do deputado Peninha Mendonça (PMDB-SC). Ele faz coro com a indústria armamentista que está de goela seca de vontade de aumentar seus lucros, à custa de mais mortes e violência.

No mesmo dia em que li essa notícia, recebi várias mensagens cristãs no WhatsApp e tive acesso a outras tantas via Facebook. Todas desejando graças diversas, inclusive paz. Algumas tão açucaradas que podem causar diabetes nos mais frágeis.

Não faltaram aquelas em que o destaque é a imagem do Cristo com características europeias, toda enfeitadinha. Nenhuma. Nenhuma mesmo, trazia algo de ação concreta! Nada de atitude real diante de uma sociedade que está se comendo viva, sob a sombra da violência.

Nada que me trouxesse a ideia de prática dos ensinamentos daquele a quem essas pessoas se dizem seguidoras: Jesus Cristo. Afinal, sua pregação foi um chamado permanente de iniciativa em favor da sociedade, os “próximos”: “Amai-vos uns aos outros”, “Perdoai 70 vezes 7”, “Não sejais mornos”, e por aí vai.

Seu convite à ação política e social era tão forte que ele condicionava a essas práticas a conquista das bem-aventuranças ou, em linguagem de hoje, à felicidade. Para Jesus os que promovessem a paz, por exemplo, seriam verdadeiramente felizes e teriam o direito de ver o próprio Deus.

Se é assim, porque os cristão não se unem e agem no sentido de ampliar o desarmamento em vez de calarem diante do lobby da morte, patrocinado pela indústria armamentista?! Talvez não tenha entendido bem o recado.

Não, só orar pela paz não resolve, ele falava em promover. Tem verbo aí, portanto ação! Ele deixou bem claro que é preciso agir. No caso da Justiça, por exemplo, quem quiser ser feliz teria que busca-la tão intensamente como faria alguém com fome e sede. Diante dessa comparação, mandar recados melosos nas redes sociais é bem pouco, não?

Precisamos bem mais que belas palavras e ilustrações fofas para barrar a sede de lucro da morte. Hoje, 70% dos homicídios no Brasil, são praticados com arma de fogo. Antes que alguém confunda as coisas e resolva pedir a pena de morte para os homicidas, é bom lembrar que a ideia de Jesus era de justiça e paz, e não vingança. Tanto que colocou na lista a mansidão e prometeu aos seus praticantes a posse do próprio planeta terra.

Para os que não conseguem ver lógica nos princípios ensinados por Jesus, é até compreensível que continuem divulgando suas mensagens, piadas e curiosidades, no momento em que uma lei pacificadora está sob ameaça. O que inquieta realmente é ver a mesma atitude daqueles que se apresentam socialmente como seguidores do Cristo.

(Leilton Lima)

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